terça-feira, 8 de setembro de 2009

Exposição do trabalho de três joalheiros: Artur Madeira, Catarina Silva e Miriam Castro.



Artur Madeira
“O meu trabalho centra-se no ouro. Confesso que é uma paixão assolapada, a par de uma outra que é o gosto pela oficina.
As peças resultam de uma vontade de querer mexer e ver no que dá; com paixão, atenção e dedicação.”

Catarina Silva
O fazer joalharia é para mim uma grande paixão que descobri a quase dez anos. Busco inspiração um pouco em todo lado, mas reconheço que existe uma forte tendência para trabalhar sobre arte popular ou tradicional, não só Portuguesa, mas também da Índia e do Japão por exemplo.
Outra coisa que sempre procuro no meu trabalho é a leveza. Não gosto de trabalhos que carreguem demasiada informação.
Mas o que mais me fascina na arte de fazer joalharia, e também me diverte, é esta coisa do metal se poder atirar para o cadinho, e em poucos minutos deixar de haver qualquer vestígio do que existiu antes.

Miriam Castro
Cada vez mais, tento encontrar a maneira mais simples de preencher o espaço entre o meu processo de pensamento e o executar de uma peca. Entre a minha mente e as minhas mãos.
Para mim, Beleza e Preciosidade estão onde nós as encontramos. Elas não necessitam ter valor monetário. Na maior parte das vezes este está ausente e trata-se mais de alguma forma de reconhecimento inconsciente, de algo que nos é querido.
Então o jogo começa.
Beleza e Preciosidade podem esperar-nos nalgum tecido sujo no chão de alguma feira da ladra algures, ou no armário da nossa avó, ou na rua no lixo...
Sair para a rua e descobrir estes pequenos tesouros mortos, não mais apreciados ou valorizados por outros (ainda que não todos) e religiosamente guardá-los e salvá-los da alienação.
Eu recupero objectos que na maioritariamente pertencem ao meu próprio ambiente cultural. Os restos urbanos. A este processo junta-se um interesse e paixão por joalharia clássica, popular e étnica. Estes interesses são um dos “elementos chave” no meu trabalho. Também eu pertenço a uma tribo. A tribo urbana.
Estes objectos que colecciono são de alguma maneira, reflexos da minha própria condição humana e cultural. Os restos que ninguém quer. Pequenos pedaços de vida usada.
Estes podem ser qualquer tipo de objecto ou material.
A fase seguinte deste jogo é brincar com os objectos, experimentando com eles (materialmente) e reflectindo sobre eles (contextualmente).
Eu trabalho com coisas humanamente familiares, colocando-as num novo contexto e alterando a percepção que possamos ter das mesmas.
Reinventando e transformando os objectos para que estes sirvam os meus propósitos, enquanto artista, dando-lhes uma outra segunda vida.

Anfitrião: Institut Franco-Portugais
Início:
Terça-feira, 8 de Setembro de 2009 às 10:00
Fim: Sábado, 3 de Outubro de 2009 às 20:00
Local: Institut Franco-Portugais
Rua: Avenida Luís Bívar, 91
Cidade/Localidade: Lisboa, Portugal